Brasil e IQC perdem a jornalista Ruth Helena Bellinghini
Foi com grande pesar que o Instituto Questão de Ciência (IQC) recebeu nesta quinta-feira, 19 de agosto, a notícia do falecimento da jornalista Ruth Helena Bellinghini, editora-assistente da Revista Questão de Ciência, vítima de um quadro infeccioso associado e agravado, provavelmente, pelo diabetes.
Publicado em 20/08/2021 - 10h01, última atualização em 15/05/2023 - 23h06
Repórter atenta, dona de um texto saboroso e raciocínio afiado, Bellinghini publicou, ao longo de sua carreira, em diferentes veículos de comunicação, incluindo o jornal O Estado de S.Paulo, onde fez história como repórter de Ciência e Saúde.
Com formação e conhecimento de fazer inveja, foi bolsista do Marine Biological Lab (Mass., EUA) na área de Embriologia e Knight Fellow (2002-2003) do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde seguiu programas nas áreas de Genética, Bioquímica e Câncer, entre outros.
Em seu último texto publicado na Revista Questão de Ciência, Bellinghini, bem a seu estilo, nos divertiu ao ironizar as trapalhadas dos militares “aquartelados no Ministério da Saúde”.
Seu comentário sobre a tentativa de comercialização de vacinas da AstraZeneca pelo cabo da PM de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti é exemplo de precisão: “Vamos e venhamos: se a AstraZeneca tivesse 400 milhões de doses escondidas em algum lugar, teria entregue rapidinho aos europeus para evitar disputas judiciais e retaliações de um dos mais poderosos blocos econômicos do mundo, e não colocado tudo nas mãos de um obscuro cabo da Polícia Militar de Alfenas”
E segue: “Bastaria uma passada d’olhos pelos jornais para os coronéis do Ministério da Saúde perceberem que era golpe. Claro, lembrando que as negociações do Brasil com o COVAX Facility foram complicadas pelo singelo fato de o pessoal aquartelado no Ministério da Saúde não falar nem ler em inglês. Carlos Wizard poderia ter dado uma mãozinha, né não?”