Alertas do IQC a tratamentos não comprovados para a COVID-19 ganham destaque na mídia

A série de alertas publicados pelo Instituto Questão de Ciência sobre tratamentos não comprovados para a COVID-19 ganhou destaque em diversos veículos de mídia nos últimos dias. Ainda no dia 16 de março, Carlos Orsi, editor-chefe da Revista Questão de Ciência, chamava a atenção para anúncios que circulavam pelas redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagem de curas milagrosas, “reforço do sistema imune” ou profilaxia envolvendo homeopatia e “água prateada”.

Poucos dias depois, porém, a divulgação precipitada de um estudo preliminar e limitado sobre o uso da hidroxicloroquina, medicamento usado na terapia da malária, lúpus e artrite, no tratamento de vítimas da COVID-19, provocou nova onda de desinformação, reforçada por afirmações de autoridades como o presidente dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, de que representaria a descoberta de uma cura da doença.

Diante disso, o IQC, por meio de sua presidente, Natalia Pasternak, e um de seus colaboradores, o doutor em microbiologia e pesquisador do Laboratório de Genética Bacteriana do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo Luiz Gustavo de Almeida, logo destacaram em artigo publicado no dia 19 de março que nem este nem outros experimentos com a hidroxicloroquina comprovaram que o medicamento seja útil no combate ao novo coronavírus.

A seguir, outro colaborador do IQC, Adriano D. Andricopulo, professor titular da USP, especialista em Química Medicinal, Fármacos e Medicamentos e diretor-executivo da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, alertou em novo artigo que o uso sem prescrição e indiscriminado da hidroxicloroquina e sua precursora, a cloroquina, pode trazer graves riscos à saúde.

Enquanto isso, o diretor do Instituto Questão de Ciência, Paulo Almeida, destacava em outra publicação na seção Questão de Fato do Revista as possíveis raízes mercadológicas e motivações pessoais dos pesquisadores para a divulgação precipitada do estudo sobre a hidroxicloroquina.

Por fim, em editorial publicado na última terça-feira, 24 de março, o IQC voltou a ressaltar que este momento de crise com a pandemia e corrida para busca de uma cura ou vacina para a COVID-19 não deve servir de justificativa ou desculpa para atropelar a boa prática científica, tanto do ponto de vista da metodologia e validade dos estudos quanto na divulgação de seus resultados, sob o risco de solapar a própria capacidade da ciência em produzir estes resultados tão desejados.

Confira a seguir algumas das principais repercussões deste trabalho do IQC até o momento:

https://www.sciencemag.org/news/2020/03/insane-many-scientists-lament-trump-s-embrace-risky-malaria-drugs-coronavirus

https://saudebusiness.com/industria/remedio-contra-malaria-nao-tem-eficacia-comprovada-contra-covid-19/

https://saude.abril.com.br/medicina/remedios-promissores-coronavirus-oms/

https://aosfatos.org/noticias/nao-ha-evidencia-cientifica-de-que-auto-hemoterapia-cure-covid-19/

https://www.msn.com/pt-br/saude/coronavirus/cloroquina-ser%C3%A1-dada-a-pacientes-graves-com-coronav%C3%ADrus-isso-faz-sentido/ar-BB11I6sb?li=AAavKSZ

https://saude.abril.com.br/medicina/cloroquina-sera-dada-a-pacientes-graves-com-coronavirus-isso-faz-sentido/

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