Fotografias vencedoras do concurso Wildlife Photographer of the Year, promovido pelo Museu de História Natural de Londres, ficam no Memorial da América Latina, em SP, até 25 de agosto
O Instituto Questão de Ciência (IQC) se juntou à Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), à Fundação Editora da Unesp (FEU) e ao Memorial da América Latina para trazer pela primeira vez ao Brasil a exposição das fotos do concurso Wildlife Photographer of the Year – Fotógrafo do Ano da Vida Selvagem, promovido pelo Museu de História Natural de Londres (Natural History Museum). Inaugurada em 28 de maio último, a mostra fica em cartaz na Galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, um dos principais centros culturais da cidade de São Paulo, até 25 de agosto.
Criado em 1965 pela revista “BBC Wildlife” – então chamada “Animals” -, o Wildlife Photographer of the Year é uma dois mais prestigiados concursos da fotografia mundial, e teve quase 50 mil inscrições de fotógrafos de todas as idades e níveis de experiência de 95 países no ano passado. As imagens mostram o fascinante comportamento animal, espécies espetaculares e a impressionante diversidade do mundo natural. Com isso, o concurso busca despertar a curiosidade do público sobre a vida selvagem e destacar sua fragilidade, utilizando o poder da fotografia para inspirar as pessoas a pensarem de forma diferente sobre sua relação com a natureza e se tornarem defensoras do meio ambiente.
“Estamos enfrentando crises de biodiversidade e clima, e a fotografia é um poderoso catalisador para a mudança. A exposição Wildlife Photographer of the Year revela algumas das imagens mais maravilhosas da natureza, oferecendo esperança e propondo ações ao alcance dos visitantes para ajudar a proteger o mundo natural”, diz Doug Gurr, diretor do Museu de História Natural de Londres.
A foto vencedora do Grande Prêmio, intitulada “The Golden Horseshoe”, de Laurent Ballesta, por exemplo, mostra um caranguejo-ferradura acompanhado por um trio de peixes dourados nas águas protegidas da ilha de Pangatalan, nas Filipinas. Na imagem, a carapaça dourada do artrópode, uma espécie antiga altamente ameaçada, deslizando pelas águas escuras parece uma nave extraterrestre, o que surpreendeu os jurados. Esta é a segunda vez em três anos que o biólogo marinho e fotógrafo francês leva o Grande Prêmio.
Outros destaques das 19 categorias do concurso são as imagens “Life on the Edge” (“A Vida no Limite”), de autoria do israelense Amit Eshel, vencedora da categoria Animals in their Enviroment (“Animais em seu Ambiente”), que testemunha o confronto dramático entre dois íbex-da-núbia (um parente das cabras) à beira de um penhasco; e “Hipo Nursery” (“Berçário de Hipopótamos”), do russo Mike Korostelev, vencedora da categoria Under Water (“Embaixo d´Água”), que revela um hipopótamo e seus dois filhotes descansando nas águas cristalinas de um lago raso.
“Foi um esforço imenso trazer pela primeira vez esta exposição para um país latino-americano. A mostra é uma viagem por fotografias surpreendentes que nos inspiram a pensar sobre a nossa relação com a natureza”, conta Marcelo Yamashita, diretor Científico do IQC e um dos responsáveis por trazer o projeto para o Brasil.
Yamashita conta que a ideia de trazer a exposição para o Brasil surgiu de uma conversa com o diretor de Educação do Instituto Questão de Ciência, Luiz Gustavo de Almeida, que visitou o Museu de História Natural de Londres no ano passado.
“Desde então, nos reunimos com as instâncias parceiras para, além de realizar a exposição, promover um curso rápido de fotografia para incentivar a participação do público da América Latina no concurso”, acrescenta. “Além disso, a exposição, através de visitas guiadas, fortalece ainda mais as conexões da ciência com toda a sociedade”.
Almeida, por sua vez, destaca a capacidade de mobilização trazida pelas fotografias.
“Imagens da vida selvagem nos fazem refletir sobre como, quando, onde e por que os animais agem como agem”, diz. “Ao olharmos uma imagem repetidamente, percebemos novos detalhes e significados que não eram evidentes à primeira vista. Esse processo de observação atenta pode nos ajudar a entender melhor os contextos e as implicações das questões que estamos observando”.
Almeida lembra que questões ambientais e de mudança climática são, fundamentalmente, questões de ciência, mas que para causar um impacto significativo na opinião pública e nas decisões políticas, é essencial aliar a ciência com a comunicação científica.
“Dados e projeções numéricas, por si só, muitas vezes não conseguem mobilizar ações concretas. Foi o que vimos durante a pandemia e nas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul”, considera. “A visualização desses dados através de imagens pode criar uma conexão emocional e uma compreensão mais profunda do problema, levando a uma ação mais eficaz. Nesse contexto, a exposição traz uma oportunidade única para promover essa conexão entre a conservação da natureza e a arte. Em uma sociedade onde vídeos estão cada vez mais curtos e a atenção é cada vez mais fragmentada, exposições fotográficas nos convidam a refletir com calma e um pouco mais de profundidade sobre o mundo. Com mais tempo para pensar e, eventualmente, tomar decisões que possam contribuir para um futuro melhor”.
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