VacinaBR ajuda a traçar panorama da vacinação contra sarampo no Brasil, segundo O Globo

A pedido do jornal O Globo, o Instituto Questão de Ciência (IQC) analisou dados do Ministério da Saúde que mostram uma melhora nos índices nacionais de imunização para sarampo, mas ainda aquém da meta ideal.

Apesar dos casos da doença ainda estarem controlados no Brasil, o avanço do sarampo em outras regiões do mundo acende o alerta para a importância de manter altos os índices de vacinação no país. Em 2025, até agora, foram apenas quatro casos confirmados da doença: três no estado do Rio de Janeiro (dois em São João de Meriti e um em Itaboraí) e um no Distrito Federal. A baixa circulação do vírus, porém, não elimina o risco — especialmente quando os números internacionais mostram uma tendência preocupante.

A reportagem do jornal O Globo, que pode ser acessada aqui, destaca que, segundo o levantamento feito pela plataforma VacinaBR, do Instituto Questão de Ciência, a primeira dose da vacina teve cobertura de 95,2% em 2024, acima dos 89,1% de 2023. Já a segunda dose subiu de 66,7% para 79,7% — avanço importante, mas ainda abaixo da meta de 95%, considerada essencial para garantir a chamada imunidade coletiva.

Segundo Paulo Almeida, diretor executivo do IQC, a baixa adesão à segunda dose pode estar relacionada a fatores como a quebra na rotina de vacinação durante a pandemia, esquecimento ou falta de informação. Ele destaca que a imunização só é garantida com as duas doses, sendo a primeira aplicada aos 12 meses de idade e a segunda, aos 15 meses. A depender da disponibilidade nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), essa segunda dose pode ser feita com a vacina tríplice viral ou tetravalente. Em relação à cobertura por estados, a análise revela desigualdades preocupantes. Alguns estados ainda estão muito distantes da meta, como:

• Acre: 54,6%
• Maranhão: 59,9%
• Pará: 60,8%

Já em São Paulo, a cobertura da segunda dose chega a 86,6%, e no Rio de Janeiro, a 67,9%. Na capital fluminense, diante dos casos recentes, foi lançada uma estratégia emergencial de vacinação em locais de grande circulação.
Diante do cenário internacional e do encurtamento das distâncias globais, manter uma alta cobertura vacinal é a única maneira de evitar o retorno do sarampo em larga escala no Brasil.